quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A praga da auto-piedade!

“Sou muito feia, sou muito gorda, sou muito pobre, ninguém me ama, ninguém me quer...”.

Quem nunca se deparou com esse tipo de pessoa que vive se lamuriando? Que adora transformar o teu ouvido em sanitário? Parabéns meu amigo você se deparou com uma pessoa com complexo de vítima, uma patologia psicológica também conhecida como vitimismo, tal neurose se caracteriza pela auto piedade.
A pessoa se julga vítima de perseguição, preconceito, incompreensão, e adota uma postura de “a sofredora”. Seus sofrimentos (a maioria imaginários ou exacerbados) são os maiores do mundo. O que essa pessoa quer, na verdade, é chamar a atenção, ganhar carinho. Porém, o que conseguem é justamente o contrário, repulsa e distanciamento das pessoas. Sabe quando as pessoas comentam: “Lá vem a chata” ou “Cruzes, lá vem a coitadinha”. Lembrou-se de alguém não foi? A pessoa com complexo de vítima adora desfilar seu rosário de coisas negativas; claro que ela sempre coloca a culpa nos outros: no governo, na família, no chefe, no subordinado, no namorado, no marido, nas amigas. Todos são culpados... Menos ela.
E como todo mecanismo de fuga da realidade o vitimismo faz a pessoa pensar que ela não precisa mudar, já que os outros é que estão errados. Com essa atitude a “vítima” perde a noção de autocrítica, praticando diariamente essa distorção da realidade, ela se julga um “mártir sofredor”, e fortalece a cada dia sua prisão particular com a tristeza, pouquíssima autoestima e tendência à depressão.
A Psicologia Transpessoal nos ensina que até os sete anos de idade a criança se decide por uma das quatro posições existenciais na vida:


01. Eu estou ok (os outros é que não estão) – essa pessoa culpa os outros por suas mazelas, ela nunca admite um erro, a culpa é sempre dos outros. É a atitude típica das crianças, contudo algumas pessoas crescem fisicamente, mas permanecem psicologicamente na primeira infância.
02. Eu não estou ok (os outros estão) – essa pessoa se considera inferior aos outros e tende à depressão.
03. Eu não estou ok (os outros também não) – Essa pessoa não demonstra nenhum interesse pela vida. É indiferente e depressiva. É aquela pessoa que escolhe o marido e os amigos para exercerem um papel complementar na sua vida
04. Estou ok (os outros também estão ok) – são pessoas saudáveis, serenas, equilibradas, admiradas, respeitam e são respeitadas. Sabem se posicionar e adotam uma postura positiva ante os problemas que a vida apresenta.
A posição existencial é o “papel” que a pessoa desempenha na vida. Ressalte-se que toda posição existencial precisa de pelo menos duas pessoas cujos papéis combinem entre si, é a “menina desamparada” que casa com o “pai” protetor, é o “menino mimado” que casa com a “mãe protetora”, é o “amigo agradecido” que casa com a “amiga que tanto lhe ajudou na vida”, resumindo: não existe algoz sem vítima. Portanto, a sua amiga com complexo de vítima, precisa de alguém que seja seu “algoz”. Ela precisa de alguém que ouça suas lamúrias e concorde com ela, alguém que diga “realmente amiga, sua vida é uma tristeza, coitadinha de você” (ela falta gozar quando ouve isso). Caso contrário se você não der ouvidos às suas queixas exageradas, fantasiosas, ela procurará outra pessoa que possa confirmar que ela está certa, ou cairá em si e perceberá que não tem razão. Se você quer realmente ajudar uma pessoa com complexo de vítima. Adote uma postura positiva, faça ver a ela que os problemas são inerentes a todos, mas que podem ser resolvidos com uma postura diferente ante a vida. Mostre que ela exagera no pessimismo. Aplique a terapia do amor, seja carinhoso, ouça a “vítima”, mas não seja conivente com ela, chame-a a razão e mostre a realidade, tire do rosto dela os óculos que só permitem ver a vida em preto e branco. Mostre-a que ela é filha de Deus, portanto, feita à sua imagem e semelhança, e com um potencial enorme para ser feliz. Permita a ela se livrar da muleta psicológica da auto piedade. Ensine-a a se amar, se respeitar, se admirar, se valorizar para que, a partir daí, os outros possam, naturalmente, retribuir o amor, o respeito e a consideração que ela teve para consigo mesmo.

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