sábado, 26 de novembro de 2011

Meu desabafo de filha única.



"O problema de crescer sem irmãos é que todas as expectativas e as exigências familiares estarão postas sobre ele. Talvez seja por isso que alguns estudos sinalizam que um filho único cresce com idéias de vencedor, devido que seus pais projetam nele suas próprias ilusões e sempre lhes exigem dar o melhor de si mesmos. O filho único sofrerá os medos e erros dos seus pais. Não terão com quem compartilhar. E além disso, aborrecem-se um pouco mais que o normal."

Isso realmente é verdade.

Eu cresci vendo minhas amigas brigarem com os irmãos. Quando pequena, não entendia o porquê de eu ser diferente. Todo mundo tinha um irmãozinho, eu não. Não era absurdo para mim, demorei a entender que as coleguinhas diziam "ai que delícia ser filha única" porque eu não precisava dividir os brinquedos, o quarto e a atenção dos pais.
Acredito que não tenha sentido com profundidade essa "vantagem"; por ser a mais velha dos meus primos, sempre levei a culpa por ter brigado com os menores e tinha que dividir minhas coisinhas (Quando eles não as quebravam).

No entanto, mesmo tendo meus priminhos, quando eu queria ficar sozinha, era só ir pra minha casa. Aí eu comecei a sentir meus privilégios: meu quarto, a comida que eu quero, meus brinquedos.
Além dos primos, eu sempre tive muitas coleguinhas e brincávamos por horas. Não dava tempo de me sentir sozinha. Mesmo assim, eu nunca gostei de ser filha única. E vou contar  por que.


Quando entramos na adolescência, as preocupações dos pais aumentam muito. Quando eles têm mais filhos para se preocupar, dividem o excesso de zelo. Senti todo o fardo de meus pais preocupados com o que sua filhinha ia fazer na rua, o que faria na faculdade, na vida profissional...
Mas essa não é a pior parte: durante a faculdade comecei a sentir o peso de ter minha mãe envelhecendo e tendo só a mim como pilar. Meus pais estão se separando e quem se preocupa agora sou eu, porém não tenho com quem dividir meus sentimentos de filha. Ainda que minhas amigas briguem com seus irmãos, continuo achando que muita coisa na minha vida seria diferente se eu tivesse alguém pra dividir.
E o que uma filha única teria de diferente de quem tem irmãos?
·         Sinto que tenho pouquíssima tolerância em ver pessoas passando mal, com dor, ao meu lado;.
·         Gosto e necessito ficar sozinha para me recompor;
·         Não gosto que mexam nas minhas coisas;
·         Já fui melhor em dividir o que é meu. Porém, não sei se essas peculiaridades sejam apenas de unigênitos.


Os sentimentos desprendidos à minha mãe, só eu posso explicar. Todavia, preciso deixar claro que em momento algum me sinto sozinha, afinal eu pude escolher irmãos pela minha vida, irmãos que eu sei que vão estar ao meu lado.

Por isso realmente começo a pensar se realmente quero fechar a fabrica...

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